segunda-feira, outubro 20, 2008

Dia de Fúria

Ainda bem que no meu caso com a Fast Shop não tive que chegar a esse ponto. Mas fica o alerta para as lojas e fabricantes. O consumidor só quer ser tratado com respeito e não como um imbecil.



Obviamente os casos mostrados no vídeo são casos extremos de consumidores que se sentiram lesados e desamparados. É curioso comparar como o consumidor é tratado em países desenvolvidos e no Brasil.

Por exemplo, vivi um tempo em Amsterdam e viajei com certa frequência para os Estados Unidos e em todas as vezes em que adquiri produtos nestes locais com os quais não estava satisfeito bastou retornar o produto à loja e a troca ou devolução do dinheiro foi feita de forma imediata. Sem enrolação, na loja mesmo e sem envolver terceiros. Isso ocorreu até quando eu desisti de uma compra por arrependimento depois de levar o produto pro hotel e abrir a embalagem.

Por que isso ocorre? A meu ver é porque as associações de consumidores são muito fortes nos países desenvolvidos além do que a justiça funciona de forma rápida e pune pesadamente lojas e fabricantes que desrespeitam os consumidores. Nestes países a justiça efetivamente aplica a lei. Além disso há o fator cultural onde a população faz valer seus direitos.

Já no Brasil, na minha experiência pessoal, lojas e fabricantes assumem de cara a má fé dos consumidores e além disso pautam-se pelas atitudes de sempre: "tirar da reta" ou transferir a responsabilidade para outrem. Por que fazem isso? Na minha visão as causas são as seguintes, entre outras:
  • É cultural. Acontece em todas as esferas. No Brasil assume-se que todos são desonestos e ninguém é responsável por nada.
  • O Código de Defesa do Consumidor é leniente com a má fé das empresas e não pune adequadamente. As empresas têm a certeza da impunidade, então fazem o que querem.
  • A justiça é lenta e burocrática favorecendo a impunidade.
  • Os consumidores desconhecem seus direitos e pouquíssimos têm interesse em fazer valer esses direitos. O povo brasileiro é, na sua maioria, bunda mole.
  • O suporte ao consumidor por parte dos órgão oficiais é precário, no mínimo.
  • O pós-venda das empresas no Brasil é ridículo, por falta de um adjetivo melhor. Todos os SACs com os quais tive que interagir estão treinados para não resolver os problemas dos clientes. A ordem parece ser dificultar a solução ao máximo e tentar vencer pelo cansaço. Essa é a cultura empresarial difundida.
Além dessas causas tenho certeza que existem inúmeras outras. Entretanto há uma luz no fim do túnel como mostra o vídeo acima. Aos poucos os clientes começam a fazer valer seus direitos, mesmo que seja na porrada. Algumas empresas só entendem essa linguagem mesmo.

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