terça-feira, novembro 14, 2006

A "evolução" no gosto musical

Hoje eu estava fazendo um apanhado na minha coleção de CDs, revivendo algumas velharias que tenho, e me dei conta da minha "evolução" de gosto musical.
Lá pro começo dos anos 90 eu tinha uns 15 anos e meu negócio era heavy metal, thrash metal e um pouco de new wave porque ninguém é de ferro e era moda na época. Como todo adolescente rebelde da época eu gostava de música alta (coitados do papai e mamãe), tinha cabelo comprido (argh! hoje na frente não tem mais quase nada) e, lógico, tinha uma guitarra pra fazer barulho. Tinha uma preferência especial por Guns n' Roses, Iron Maiden, Sepultura, Pantera e New Order e achava todo o resto uma porcaria.
Um dos primeiros discos que comprei foi o Arise do Sepultura, em vinil ainda. Me lembro claramente que fiquei maluco com as pauladas que o Igor Cavalera dava na bateria e com a tosqueira da guitarra e vocais do Max. Achava aquilo animal, sem paralelo com nada do que eu já tinha ouvido na vida.
Depois, mais grandinho (e menos radical), comecei a ouvir coisas mais elaboradas como rock progressivo: Rush, Yes, Pink Floyd mas ainda gostava de rock mais pesado como Megadeth e Offspring. O progressivo começou a tomar vulto no meu gosto musical, tanto que comprei a coleção completa de CDs do Rush que é minha banda preferida até hoje a ponto de eu ter pago 350 kekos pra ver os caras ao vivo no Morumbi em 2002 na turnê deles pelo Brasil. Na boa, eu pagaria até o dobro pois eles são muito bons.
Mais recentemente comecei a ouvir jazz, blues e música clássica com uma frequência que eu nunca imaginei que ouviria porque eu achava música de nerd metido a intelectual. Comecei de leve com Morphine, John Lee Hooker, Miles, Coltrane, Beethoven e Bach. Depois passei a ouvir mais e mais e estou achando excepcional. Quem diria. Eu escutando Coltrane... Nunca imaginei.
Tenho duas interpretações: ou evolui ou estou ficando velho. Tomara que seja a primeira.

Claudinho, o gago

Tava dando uma navegada no Kibeloco e encontrei esse vídeo:



Cara, me mijei. Estou rindo até agora.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Premiação do Best of the Blogs

Foram eleitos os melhores blogs de 2006 pelo concurso Best of the Blogs da Deutsche Welle.
O grande ganhador foi um blog político chamado Sunlight Foundation que visa educar cidadãos com relação as ações do congresso americano.
O melhor blog em língua portuguesa segundo o juri é o Apocalipse Motorizado que fala de ciclistas em um ambiente hostil como a cidade de São Paulo.
O ganhador do prêmio dos usuários para blog em língua portuguesa foi o Garotas que Dizem Ni. É um blog de variedades bem divertido escrito por três jornalistas. Houve alguma discussão sobre a possibilidade da eleição desse blog ter sido fraudada pois alguns alegam que a votação foi inflada artificialmente pela quantidade excessiva de votos das mesmas pessoas. Se isso ocorreu mesmo acho uma sacanagem e o prêmio devia ser revogado.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Vale a pena migrar de Windows para Linux?

Essa é a pergunta que muita gente vem se fazendo ultimamente. Se você é um usuário do Windows, será que vale a pena migrar?
Infelizmente não há uma resposta que cubra todas as possibilidades e que sirva para todos os caso. O que podemos fazer é enumerar alguns fatos que podem ajudar na decisão e tentar colocar alguma luz sobre alguns mitos difundidos sobre os dois sistemas operacionais.

1. Linux e Windows são a mesma coisa
A única similaridade entre os dois é que são sistemas operacionais. Fora isso um não tem nada a ver com o outro. O primeiro erro que um usuário que pensa em migrar de Windows para Linux pode cometer é achar que o Linux é uma versão open source e gratuíta do Windows. Não é. Sinto muito.
Os sistemas operacionais foram desenhados com propósitos muito diferentes e além disso operam de forma diferente. Então se você costuma visitar fórums/blogs/sites relacionados ao Linux tome muito cuidado com os fanáticos (e eles são muitos, incluindo alguns moderadores e administradores) que com certeza tentarão te convencer de que com o Linux você conseguirá fazer tudo que faz no Windows com a vantagem de ser de graça. Não caia nessa porque isso é mentira.
Para desmistificar um pouco esse conceito recomendo essa leitura.

2. O Linux atual é tão fácil de instalar e usar quanto o Windows
Em termos. Realmente algumas distros como o Ubuntu e outras facilitaram muito a vida do usuário médio com a criação de programas de instalação e a possibilidade de rodar o sistema operacional direto de um CD.
Apesar de todas as facilidades colocadas nas distros atuais o Linux ainda não é para os fracos de coração. Você vai ter que passar boa parte do seu tempo fuçando e configurando o sistema tanto pra entender como ele funciona como para fazer algumas coisas funcionarem. Aqui ainda temos que evoluir bastante.
A vantagem do Windows é que pelo fato de ser suportado por uma grande empresa e possuir um grande parque instalado, todos os fornecedores de periféricos desenvolveram drivers para este sistema operacional. Já no Linux você pode ter dificuldades significativas para fazer alguns dos seus periféricos (como impressoras, placas de rede e modems) funcionarem caso não existam drivers disponíveis.
Outro fato é a performance inferior do Linux em comparação com o Windows. Para sermos justos nessa comparação temos que notar algumas coisas: o Windows XP é um sistema operacional que já pode ser considerado antigo (2001) e precisa de menos recursos para rodar do que as distros mais atuais do Linux.
Mesmo assim podemos notar alguns fatos: a GUI do Windows roda direto no kernel enquanto que no Linux é um módulo separado (por isso que existem tantas como o Gnome, KDE, Xfce etc.). Essa diferença na arquitetura do sistema é essencial para garantir a vantagem de velocidade do Windows. Obviamente há desvantagens: qualquer instabilidade na GUI do Windows trava todo o sistema enquanto que no Linux uma instabilidade na GUI compromete apenas este módulo garantindo o funcionamento das outras partes do sistema.
Se você decidir migrar para Linux não se assuste com a queda de performance. Ela é normal, por isso tome cuidado.

3. O Linux é mais seguro que o Windows
Muita gente usa esse argumento para convencer outras pessoas a mudarem. Vamos analisar com calma.
O fato de um software ser open source não é garantia de que seja mais seguro. Veja por exemplo a quantidade de problemas de segurança encontrados no Mozilla Firefox nos últimos tempos. O que é melhor nesse caso é o tempo de resposta para resolver problemas de segurança uma vez que as informações estão acessíveis a qualquer pessoa interessada.
Outro argumento usado é que com o Linux qualquer um pode ter acesso ao código dos programas. Apesar disso ser verdade, a utilidade disso pro usuário médio de PC é nula. Ninguém consegue (nem quer) ler C, C++, C#, Java entre outras linguagens de programação, exceto os desenvolvedores. Alguns argumentam que a disponibilidade do código fonte permite saber o que se está instalando no computador mas acho que isso só se aplica aos desenvolvedores e não aos usuários médios. Estes continuam não sabendo o que está sendo instalado na máquina. Uma saída interessante para esse problema pode ser a certificação digital das aplicações.
Segurança atualmente depende mais de configuração adequada dos sistemas operacionais do que de qualquer outra coisa. Entretanto concordo que um outro fator importante é ter rápido tempo de resposta entre a descoberta de uma vulnerabilidade e sua correção. Nesse fator o Linux leva vantagem com relação ao Windows.

4. O Linux é mais estável que o Windows
Nesse quesito o Linux realmente leva vantagem por causa de sua arquitetura mais modular. Basta ver a quantidade de vezes que você reinicia o Windows porque ele "deu pau". Esse problema diminui sensivelmente se você usar o Linux.

Conclusão
A decisão de migrar ou não deve ser muito bem pesada porque em muitos casos as vantagens do Linux podem não compensar os empecilhos criados. Primeiro deve-se identificar quais os motivos para migrar e qual o uso pretendido para o sistema operacional e só depois decidir.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Como fazer um backup dos seus CDs de música

Este artigo aborda o processo que eu uso para fazer backup dos meus CDs de música no Windows XP. É um processo trabalhoso mas que no final pode ser interessante caso algum CD seu seja perdido, roubado ou se estrague.
Quando digo backup estou falando da possibilidade de restaurar o CD exatamente como o original sem perda de informação. Esse processo não tem nada a ver com copiar seus CDs para MP3 e depois gravar de novo em CD. Isso não é backup pois quando você grava o CD de volta a partir do MP3 já houve perda de informação. Clonagem de CDs também não é abordada por este artigo.
Começarei mostrando qual hardware e ferramentas eu uso para fazer meus backups, depois falarei detalhadamente de cada passo do processo.

Nota introdutória
Como já foi dito esse processo é trabalhoso e leva tempo. Para fazer um backup de sucesso não é mandatório seguir todos os passos aqui descritos. Use o seu bom senso. :)

Que hardware eu preciso?
Para fazer o backup é necessário que você tenha três coisas básicas: hardware, tempo e paciência. O kit básico deve contar com:

  • Computador PC
  • Leitor/gravador de CD
  • Scanner

O scanner não é mandatório, mas um backup que se preze deve considerar tudo, inclusive os booklets (livrinhos) que vêm com os CDs. Fazer um backup dos livrinhos é uma decisão pessoal que deve ser bem pensada pois esta é uma das partes mais trabalhosas.

Que software eu preciso?
Esse é um guia para Windows, então os softwares aqui descritos funcionam nessa plataforma:

O EAC é o software para copiar seus CDs para o computador. Ele possui uma série de funcionalidades avançadas para garantir que a cópia ocorra sem erros mesmo que o CD contenha imperfeições (como riscos). Caso não seja possível obter uma cópia exata, o programa informa o usuário.
O Wavpack é um compressor sem perdas específico para áudio. Ele funciona como o Winzip, só que é específico para áudio e portanto obtém melhor compressão. A finalidade é comprimir as músicas para que ocupem menos espaço no disco rígido sem que haja perdas no conteúdo (como ocorre quando você usa MP3).

Backup do CD
Pra começar primeiro instale o EAC usando o executável fornecido na página de downloads do site. Depois coloque os arquivos obtidos no site do Wavpack no mesmo diretório onde você instalou o EAC.
O próximo passo as opções de leitura do EAC. É meio complicado mas só precisa ser feito uma vez. A versão mais recente do EAC vem com um wizard de configuração que pode ser usado para configurar o software mais facilmente. A configuração detalhada do EAC está fora do escopo deste artigo, mas você pode consultar este guia se não quiser usar o EAC em modo default ou se quiser uma explicação detalhada de todas as opções disponíveis.

Agora precisamos apenas configurar o compressor Wavpack no EAC. Para isso faça o seguinte:

  1. Abra o EAC e coloque um CD no drive.
  2. Clique em EAC menu e selecione Compression Options.
  3. Clique na tab External Compression e selecione o checkbox use external program for compression.
  4. Mude a opção Parameter Passing Scheme para User Defined Encoder.
  5. Mude a opção user file extension para .wv caso ainda não tenha sido feito.
  6. Clique o botão Browse e localize o executável WAVPACK.EXE que você extraiu anteriorment do site do Wavpack.
  7. Desmarque as opções Use CRC check, Add ID3 tag e check for external programs return code.
  8. Na caixa Addtional command line options copie e cole o código abaixo:
    -w "Artist=%a" -w "Title=%t" -w "Album=%g" -w "Year=%y" -w "Track=%n" -w "Genre=%m" -h %s %d

Pronto! O EAC está configurado para copiar o CD e comprimi-lo usando o compressor Wavpack. Agora você pode extrair seus CDs e gravá-los no computador e pode também gravá-los novamente em CD a partir dos arquivos Wavpack sem nenhuma perda do conteúdo original das músicas.

Backup dos livrinhos
Esse passo é opcional e para isso você precisará de um scanner. A idéia é manter a mesma filosofia de compressão sem perdas e usar um formato que suporte essa necessidade como o PNG.
Configure seu scanner para ler em cores com resolução de no mínimo 300dpi e salve os arquivos no formato PNG. Pode ser necessário algum processamento posterior das imagens para se obter um resultado satisfatório. Sugiro o uso da ferramenta Xnview para o tratamento das imagens pois é grátis, fácil de usar e intuitiva.