sexta-feira, novembro 10, 2006

Vale a pena migrar de Windows para Linux?

Essa é a pergunta que muita gente vem se fazendo ultimamente. Se você é um usuário do Windows, será que vale a pena migrar?
Infelizmente não há uma resposta que cubra todas as possibilidades e que sirva para todos os caso. O que podemos fazer é enumerar alguns fatos que podem ajudar na decisão e tentar colocar alguma luz sobre alguns mitos difundidos sobre os dois sistemas operacionais.

1. Linux e Windows são a mesma coisa
A única similaridade entre os dois é que são sistemas operacionais. Fora isso um não tem nada a ver com o outro. O primeiro erro que um usuário que pensa em migrar de Windows para Linux pode cometer é achar que o Linux é uma versão open source e gratuíta do Windows. Não é. Sinto muito.
Os sistemas operacionais foram desenhados com propósitos muito diferentes e além disso operam de forma diferente. Então se você costuma visitar fórums/blogs/sites relacionados ao Linux tome muito cuidado com os fanáticos (e eles são muitos, incluindo alguns moderadores e administradores) que com certeza tentarão te convencer de que com o Linux você conseguirá fazer tudo que faz no Windows com a vantagem de ser de graça. Não caia nessa porque isso é mentira.
Para desmistificar um pouco esse conceito recomendo essa leitura.

2. O Linux atual é tão fácil de instalar e usar quanto o Windows
Em termos. Realmente algumas distros como o Ubuntu e outras facilitaram muito a vida do usuário médio com a criação de programas de instalação e a possibilidade de rodar o sistema operacional direto de um CD.
Apesar de todas as facilidades colocadas nas distros atuais o Linux ainda não é para os fracos de coração. Você vai ter que passar boa parte do seu tempo fuçando e configurando o sistema tanto pra entender como ele funciona como para fazer algumas coisas funcionarem. Aqui ainda temos que evoluir bastante.
A vantagem do Windows é que pelo fato de ser suportado por uma grande empresa e possuir um grande parque instalado, todos os fornecedores de periféricos desenvolveram drivers para este sistema operacional. Já no Linux você pode ter dificuldades significativas para fazer alguns dos seus periféricos (como impressoras, placas de rede e modems) funcionarem caso não existam drivers disponíveis.
Outro fato é a performance inferior do Linux em comparação com o Windows. Para sermos justos nessa comparação temos que notar algumas coisas: o Windows XP é um sistema operacional que já pode ser considerado antigo (2001) e precisa de menos recursos para rodar do que as distros mais atuais do Linux.
Mesmo assim podemos notar alguns fatos: a GUI do Windows roda direto no kernel enquanto que no Linux é um módulo separado (por isso que existem tantas como o Gnome, KDE, Xfce etc.). Essa diferença na arquitetura do sistema é essencial para garantir a vantagem de velocidade do Windows. Obviamente há desvantagens: qualquer instabilidade na GUI do Windows trava todo o sistema enquanto que no Linux uma instabilidade na GUI compromete apenas este módulo garantindo o funcionamento das outras partes do sistema.
Se você decidir migrar para Linux não se assuste com a queda de performance. Ela é normal, por isso tome cuidado.

3. O Linux é mais seguro que o Windows
Muita gente usa esse argumento para convencer outras pessoas a mudarem. Vamos analisar com calma.
O fato de um software ser open source não é garantia de que seja mais seguro. Veja por exemplo a quantidade de problemas de segurança encontrados no Mozilla Firefox nos últimos tempos. O que é melhor nesse caso é o tempo de resposta para resolver problemas de segurança uma vez que as informações estão acessíveis a qualquer pessoa interessada.
Outro argumento usado é que com o Linux qualquer um pode ter acesso ao código dos programas. Apesar disso ser verdade, a utilidade disso pro usuário médio de PC é nula. Ninguém consegue (nem quer) ler C, C++, C#, Java entre outras linguagens de programação, exceto os desenvolvedores. Alguns argumentam que a disponibilidade do código fonte permite saber o que se está instalando no computador mas acho que isso só se aplica aos desenvolvedores e não aos usuários médios. Estes continuam não sabendo o que está sendo instalado na máquina. Uma saída interessante para esse problema pode ser a certificação digital das aplicações.
Segurança atualmente depende mais de configuração adequada dos sistemas operacionais do que de qualquer outra coisa. Entretanto concordo que um outro fator importante é ter rápido tempo de resposta entre a descoberta de uma vulnerabilidade e sua correção. Nesse fator o Linux leva vantagem com relação ao Windows.

4. O Linux é mais estável que o Windows
Nesse quesito o Linux realmente leva vantagem por causa de sua arquitetura mais modular. Basta ver a quantidade de vezes que você reinicia o Windows porque ele "deu pau". Esse problema diminui sensivelmente se você usar o Linux.

Conclusão
A decisão de migrar ou não deve ser muito bem pesada porque em muitos casos as vantagens do Linux podem não compensar os empecilhos criados. Primeiro deve-se identificar quais os motivos para migrar e qual o uso pretendido para o sistema operacional e só depois decidir.

3 comentários:

Anônimo disse...

Agora éfácil dizer que prefere ficar no windows quando não e pagou por ele o que deveria ter pago. Eu acho que ética acima de tudo, se você quer windows então compre (bagatela de 750 reais) ou então use linux “for free”.

grfilho disse...

Olá Humberto, de onde você tirou que eu não paguei pelas minhas cópias do Windows?
Tenho um desktop que roda Windows XP e Linux (Ubuntu) através de VMWare e um laptop com Windows XP Media Center Edition e ambas as cópias que uso são legais. Isso quer dizer que paguei por elas sim e estou muito satisfeito.
Minha intenção com o post é desmistificar um pouco as diferenças entre Linux e Windows, já que uso os dois, e fornecer mais informação pra quem pensa em usar qualquer um dos dois sistemas operacionais.
Acho que para termos uma discussão saudável sobre o assunto devemos deixar de lado o fanatismo... Dos dois lados... ;-)

Timothy Brennan Jr disse...

Mesmo que este "post" já tem mais de dois anos, considero que a forma que foi colocado a comparação entre o Windows e o Linux está bastante correta.
Sou usuário assíduo (já fui fanático :) ) mas acredito que ambas as modalidades de software devem ser respeitadas.
A maneira de convencer as outras pessoas que o Linux é melhor, só deve acontecer se o Linux, ou o software livre em geral, atende as necessidades destas pessoas.
Respeite as regras do software livre, e respeite as regras do software proprietário.